domingo, 25 de março de 2007

Identidade, Moda e Estilo


Surgido no Iluminismo, o conceito de Identidade conquista espaço na medida em que discussões sobre individualidade ganham importância. Um indivíduo pós-moderno não tem uma identidade fixa ou permanente, têm-se múltiplas identidades, que são demonstradas conforme o seu papel exercido na sociedade em um determinado momento; estudante, trabalhador, marido/esposa e pai/mãe, entre outros tantos exemplos.
Estilo é aquilo que vem de dentro para fora, ou seja, é saber combinar seu visual com sua personalidade. Ao contrário da moda o estilo não se compra, é adquirido com o passar dos anos. O estilo pode ser interpretado de várias outras formas de acordo com o contexto na qual é inserido, porém, pretende-se retratar a definição que norteará a proposta da revista atellier, o estilo como forma de trabalhar/representar a identidade da confecção divinopolitana. O estilo é muito confundido com a moda, mas para se criar a moda é necessário ter estilo.
A moda é como uma segunda pele que reveste o ser humano, com intuito de proteger e identificar o indivíduo na sua cultura.

“A moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, sociológico. Você pode enxergar a moda naquilo que se escolhe de manhã para vestir, no look de um punk, de um skatista e de um pop star, nas passarelas do Brasil e do mundo, nas revistas e até mesmo no terno que veste um político ou no vestido da sua avó. Moda não é só “estar na moda”. Moda é muito mais do que a roupa.”.

Para que se possa entender melhor o significado de moda, basta apenas pensar em sua evolução, na forma como as pessoas se vestiam nas décadas passadas como nas de 20, 50, 70, 90 e hoje. A moda é retratada por essas mudanças que representam fatos/acontecimentos que ocorrem no mundo.
Através disso, percebe-se que a moda é como uma linguagem capaz de se comunicar com os indivíduos, ou seja, a forma como uma pessoa se veste transmite informações de que esta está, alegre, triste, que pertence a uma determinada classe social ou cultural, entre tantas outras coisas, o momento que se vivencia.
Não somente o indivíduo com o uso de suas determinadas vestimentas do dia-a-dia, mas, também como todo ser humano, percebe que é capaz de se tornar um ser comunicante com o uso de seu próprio corpo, ou seja, uso de tatuagens, piercings, vestido branco para noivas, entre outros, criam vínculos entre o homem e a sua cultura, assim transmitem informações sobre o seu eu ao resto do mundo.

O olhar externo da imagem que um corpo proporciona constitui o primeiro contato com o mundo. Não só a forma como o humano se veste, mas também , seu comportamento é um meio de comunicação do indivíduo que transmite mensagens de como ele é, ou quer ser percebido pela sociedade.

A moda, estilo e a identidade sempre caminharam juntas. A identidade de um ser se constrói fundamentalmente a partir de sua adolescência, no momento de dúvidas e questionamentos, etapa de descobertas. É neste período de perdas e ganhos, certezas e incertezas que um jovem sente a necessidade de se descobrir, se mostrar e ser reconhecido pela sociedade, conquistar seu espaço.
A necessidade de pertencer a um grupo, faz com que o jovem adote um visual pouco comum e transforme seu corpo em um “laboratório de experiências” na qual irá, experimentar variados tipos de roupas, penteados e visuais, até que encontre um que seja a sua cara, passe a idéia de quem ele é ou deseja ser, através da criação de seu próprio estilo. É este processo de criação de estilo/identidade que pretende ser trabalhado na revista atellier.
(Amanda Brandão)

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